terça-feira, 6 de setembro de 2011

Afinal, o que querem as mulheres?


Eu quero ser feliz, poder ficar irritada sem culpa. Quero trabalhar, mas não tanto..... Quero crescer intelectualmente e diminuir um número no manequim. Quero ser graduada, mestrada, doutorada, livre docente..... Ter tempo de ler muito, e dinheiro pra comprar roupas bacanas. Quero malhar ( sem cansar) e poder comer de tudo. Quero ser a melhor mãe do mundo e estar sempre presente. Quero ser venerada como mãe e mullher. Ser a musa inspiradora do meu marido, mesmo sendo uma chata. Quero ter menos enxaqueca e mais óculos escuros ( para usar trivialmente e não em consequência de uma crise de fotofobia). Quero que as chupetas parem de sumir e que a minha casa seja a Casa Cor. Quero saber confeitar bolos e assar deliciosas bolachinhas  pra comer no lanche da tarde. Quero que meus filhos me amem, quero que meus filhos se amem. Quero viver um lindo romance, com drama, comédia, suspense. Quero ser linda, sem maquiagem. Quero fazer análise, gestalt terapia, terapia existencial, corporal, sistêmica ( só pra provar o gostinho). Quero me expor e ter minha privacidade ( tudo em total equilíbrio). Quero ler histórias pros meus filhos todos os dias, cantar e dançar também. Quero que eles sejam felizes..... muito felizes!Quero chás da tarde na livraria com o meu marido, só nós, eu na sessão de filosofia e literatura, ele na de história, economia ( depois a gente senta e conversa sobre os nossos achados). Quero dar conta de tudo no dia de folga da Maria, casa arrumada, crianças impecáveis e felizes, eu: serena, alegre, interessante. Quero um trabalho voluntário, um trabalho remunerado( muito bem remunerado) e também trabalho nenhum ( a gente quer é emprego). Quero ser independente, auto suficiente..... quero possuir e ser possuída. Quero a amar e odiar de vez em quando.  Quero ser mãe, esposa, mulher.
Continua........

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ser mãe, longe da mãe

É difícil
Ser mãe longe da minha mãe é muito difícil. Destaco o "minha mãe" pq não posso fazer tal afirmativa como algo universal. De repente, pra alguém, ser mãe longe da própria mãe é um alívio, existem mães chatas, intrometidas de mais... mas não, minha mãe está no ponto!!!! Sei que assumir a maternidade longe da minha mãe é complicado, e ponto.
Acho que virar mãe com a ajuda da própria mãe é um rito de passagem. A mãe, que se torna avó, passa o trono à filha que se torna mãe. Ambas assumem novos papéis, ao mesmo tempo que mantém seus papéis antigos, de mãe e de filha. Essa mãe nova anseia cuidar e ser cuidada. Quando dá colo ao seu recém nascido ( no meu caso, no plural) deseja receber, também ela, um acalanto, um suporte que diz que tudo vai dar certo, um guia para a tranquilidade tão almejada, a figura da mãe serena ( que por sinal, não existe!!)
Essa mãe, que nasce junto com seu(s) bebê(s) quer ser apoiada, e é tão insegura que não aguenta críticas. A única intromissão tolerável é a da mãe ( talvez porque ela esteja longe?) ela sabe quando criticar e quando elogiar, e só ela pode fazê-lo com certo êxito.
A mãe não ensina a ser mãe. Ser mãe não é algo que possa ser ensinado. Você vive a maternidade enquanto filha e a reproduz enquanto mãe. Poder reproduzir essa maternidade (numa versão sempe mais avançada, é claro) perto da mãe é um grande barato. Lembrar e reelaborar momentos e transmití-los a diante, reviver certos afetos e poder se entregar como filha, como mãe, tudo junto e misturado.
Tem horas que a mãe só quer a mãe. Os filhos choram por colo e a mãe recorda da possibilidade de pedir colo.... A mãe(avó), que está longe, dá colo da maneira que pode, à filha e, consequentemente, aos netos.... E se faz sempe presente, mesmo distante, como uma "Avoz" que canta, alegra, abraça, ama.
Te amamos,
Mamãe, Vovó

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Andando com as próprias pernas

Não podia deixar de registrar e dividir um momento tão especial: A naná e o ioni estão andando.... Gente, como esse momento é mágico. Não somente pelo fato de estar muito próximo o dia de aposentar o trem (carrinho) de gêmeos, que é um trambolho, não entra no elevador, não cabe direito na calçada etc etc..... Mas pelo símbolo dentre outras coisas, de uma certa independência.
Ontem, no nosso passeio diário ( costumamos ir brincar num parque aqui perto de casa) resolvi levá- los a pé. Eu de mãos dadas com a Naná e a Maria com o Ioni. A Naná é muito rapidinha, então fomos na frente.... Quando olhei pra trás e vi aquele bebezão loiro, de boné e tênis, andando, sei lá, me dei conta de que não estávamos de carrinho e por mais que isso pareça super banal, me comoveu pra caramba. Eles não estavam andando em casa.... eles estavam andando, com suas próprias pernas, pelo mundo.... Meus bebês andando por aí, dando uma voltinha, sujando os sapatos que agora não são mais meros enfeites.
Devo assumir que "permitir" esse caminhar exige um certo desprendimento da mãe. Poderia restringir o andar deles só à nossa casa, (eles já estão andando dentro de casa há um tempinho, tipo 2 semanas) mas eles demonstram um desejo de sair do carrinho e acho isso muito válido. Se eles já sabem andar por que não permitir que andem na rua? É lógico que manter o bebê no carrinho por muito tempo é bastante cômodo para a mãe, tanto emocionalmente quanto na prática..... Não estou sugerindo aqui a ninguém aposentar o carrinho assim tão rápido.... mas de vez em quando acho que pode acontecer um certo desapego.
Passei a prestar mais atenção nos bebês que estão no carrinho, e levei um certo choque.... Gente tem umas crianças tão grandes andando de carrinho.... fiquei assustada.... Acho que essa atitude não é muito bacana nem  para  a mãe, que acaba não se dando conta das capacidades do filho, e nem para a criança, que acaba sendo muito infantilizada..... E vocês o que acham disso????
beijinhos


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sim, diga Não




Certa vez, uma mulher, dessas cheias de dicas sobre maternidade ( todos conhecem um ser dessa espécie), me disse : nunca diga não aos seus bebês, não é uma palavra muito forte, diga "ai ai ai". Nessa época eu ainda era ingênua e costumava responder, mesmo que muito finamente, e lhe disse: é forte, mas é necessária, e pensei: as vezes a vida é um grande não, será que ela não sabe disso???
Como mães temos a responsabilidade de preparar nossos filhos para a vida, para momentos em que ela se torna um grande não. Não estou falando aqui somente do fato básico de haver necessidade de darmos limites as crianças, isso é o óbvio. Mas além da obrigação de darmos afeto aos nossos filhos, temos de proporcionar, mesmo que inicialmente em doses homeopáticas, a experiência de frustração.
Sei que há um desejo de proteção muito grande por nossa parte.... as vezes queremos agarrar nossos filhotes e popupá-los de todo o mal que existe. A verdade é que não hé melhor jeito de poupá-los além de dizer não. Mostrar dentro de casa, num ambiente de amor e proteção, que nem tudo na vida são flores, é a melhor maneira de proteger nossos filhos de uma grande "quebrada de cara". Ensinar a vencer é mostrar que apesar dos obstáculos é possível erguer a cabeça e continuar a trilhar o caminho rumo ao objetivo, qualquer um que ele seja.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

as coisas boas da vida

maozinhas sujas de brincadeira
uma gargalhada gostosa
a respiração pesada de quando eles finalmente pegam no sono,
a carinha de quem acabou de acordar
me pega?
O choro que cessa com um olhar.
A risada que desata com a sua presença.
filho, filha, marido.
Uma música,
uma boa piada ( daquelas bem politicamente INcorretas)
comida boa, vinho bom, companhia boa.
Viver sem censuras
mae, pai, irmao, irma,
colo de mae
e até bronca de mae.
Avós, tios, primos, primas
família reunida
mais risadas
abraços, beijos, chegadas
partidas nunca ( partidas sao dolorosas)
nao ter de dar explicaçoes.
Um dia de sol,
uma água de coco,
dormir,
comprar, ajudar, dar
consumir
possuir e ser possuído
amar, amar muito
chorar com um filme
e viver uma semana com ele
rir de gente brega
falar futilidades
uma tarde de leitura
Fernando Pessoa
Backyardigans
um dia frio,
uma cama bem quentinha
Boa noite!

sábado, 30 de julho de 2011

Exemplo, Coerência

    Sei que é clichê escrever sobre a importância do exemplo na educaçao de nossos filhos.... Mas esse é um assunto que está muito na minha cabeça nesses últimos dias, entao preciso falar sobre ele. A minha abordagem, espero, nao será tao óbvia ( nao estou sabendo fazer o til nesse computador, sorry!!!) queria falar daquilo que passa desapercebido, mas que de alguma maneira afeta naquilo que queremos transmitir. 
    A base de uma família é a comunicaçao. È a comunicaçao que mantém os elos firmes. A cada omiçao, a cada falta de conversa, esses elos vao se afrouxando. É lógico que para falar é necessário poder falar, sentir que se pode ser ouvido, sentir que há a possibilidade de dividir aquilo que está sentindo, vivendo. Essa possibilidade deve ser ensinada a partir de muito cedo por nós, pais. Se o seu filho te conta algo e você se descontrola, está mostrando que não adianta ele contar determinados tipos de coisas, uma vez que você não pode suportar a conversa. 
    Contar, aquilo que estamos vivendo aos nossos filhos também é importante, lógico que tudo deve ser feito de maneira adaptada a idade deles. Podemos justificar, por exemplo, uma falta de animaçao para brincar, dizendo simplesmente " a mamae está muito chateada hoje, aconteceram algumas coisas muito chatas...." assim, a criança saberá, por exemplo, que nao é a causadora de nenhuma chateaçao. As vezes pensamos que devemos poupar as crianças de tudo, eu penso que poupar de mais é aliená-las do mundo, da vida. Dentro do possível devemos conversar sobre o que está acontecendo com a mamae, com a vovó.... é importante inserir a criança no contexto familiar.
     Para que essa inserçao ocorra, é necessário exemplo e coerência. Mostrar que existe diálogo entre papai e mamae..... Mostrar que há disponibilidade dos pais suportarem aquilo que os filhos fazem, e dizem. Suportar não é abaixar a cabeça e fazer tudo.... suportar é olhar, ouvir, ponderar e dizer o que pensa. Cada familía tem os seus valores, suas regras, elas devem ser motivo de uniao e nunca de afastamento.
     A "constituiçao familiar" deve ser transmitida através da conversa, da reflexao, e nunca de maneira dogmática ou obscura. Todos devem conhecer famílias meio misteriosas, onde as coisas sao mal resolvidas, as pessoas sao distantes. A obscuridade, os segredos incoerentes e os dogmas afastam as pessoas. É aí que novamente entramos na questao do exemplo e da coerência. Para transmitir essa constituiçao, é necessário que eu seja coerente com ela. Caso nao haja coerência é melhor que a regra nem seja transmitida..... seria uma super demagogia.... e um desprezo à percepçao super afinada de nossas crianças. 
   Acho que para uma mensagem ser bem sucedida é necessário que seja objetiva, clara e coerente com as açoes daquele que a profere. Para que isso ocorra, precisamos estar seguros e firmes nos nossos valores de modo que a açao e a fala estejam coerentes. E é aí que entra o meu dilema.... nao sei quanto à vocês, mas a maternidade me traz todos os dias questoes e revisoes sobre os meus valores. Nao há um dia que passe sem que eu reflita sobre coisas que eram tao fundamentais para mim antes da maternidade e que agora eu me questiono o quanto elas sao ou nao  importantes. 
Será que eu quero que meus filhos sejam iguais a mim? se nao, terei de mudar em mim aquilo que nao quero que eles sejam..... Ser coerente com aquilo que pregamos nao é tao fácil quanto parece!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tributo

 Deixo meu tributo à Amy, cantora que, como poucos, conseguiu tocar minha alma com a sua música. Ouviremos, a partir de agora, saudosos a voz daquela que morreu de amor, paixão, daquela que viveu tão intensamente quanto morreu. Ela, mais do que qualquer outra pessoa, pôde dizer " Love is a losing game".