sábado, 30 de julho de 2011

Exemplo, Coerência

    Sei que é clichê escrever sobre a importância do exemplo na educaçao de nossos filhos.... Mas esse é um assunto que está muito na minha cabeça nesses últimos dias, entao preciso falar sobre ele. A minha abordagem, espero, nao será tao óbvia ( nao estou sabendo fazer o til nesse computador, sorry!!!) queria falar daquilo que passa desapercebido, mas que de alguma maneira afeta naquilo que queremos transmitir. 
    A base de uma família é a comunicaçao. È a comunicaçao que mantém os elos firmes. A cada omiçao, a cada falta de conversa, esses elos vao se afrouxando. É lógico que para falar é necessário poder falar, sentir que se pode ser ouvido, sentir que há a possibilidade de dividir aquilo que está sentindo, vivendo. Essa possibilidade deve ser ensinada a partir de muito cedo por nós, pais. Se o seu filho te conta algo e você se descontrola, está mostrando que não adianta ele contar determinados tipos de coisas, uma vez que você não pode suportar a conversa. 
    Contar, aquilo que estamos vivendo aos nossos filhos também é importante, lógico que tudo deve ser feito de maneira adaptada a idade deles. Podemos justificar, por exemplo, uma falta de animaçao para brincar, dizendo simplesmente " a mamae está muito chateada hoje, aconteceram algumas coisas muito chatas...." assim, a criança saberá, por exemplo, que nao é a causadora de nenhuma chateaçao. As vezes pensamos que devemos poupar as crianças de tudo, eu penso que poupar de mais é aliená-las do mundo, da vida. Dentro do possível devemos conversar sobre o que está acontecendo com a mamae, com a vovó.... é importante inserir a criança no contexto familiar.
     Para que essa inserçao ocorra, é necessário exemplo e coerência. Mostrar que existe diálogo entre papai e mamae..... Mostrar que há disponibilidade dos pais suportarem aquilo que os filhos fazem, e dizem. Suportar não é abaixar a cabeça e fazer tudo.... suportar é olhar, ouvir, ponderar e dizer o que pensa. Cada familía tem os seus valores, suas regras, elas devem ser motivo de uniao e nunca de afastamento.
     A "constituiçao familiar" deve ser transmitida através da conversa, da reflexao, e nunca de maneira dogmática ou obscura. Todos devem conhecer famílias meio misteriosas, onde as coisas sao mal resolvidas, as pessoas sao distantes. A obscuridade, os segredos incoerentes e os dogmas afastam as pessoas. É aí que novamente entramos na questao do exemplo e da coerência. Para transmitir essa constituiçao, é necessário que eu seja coerente com ela. Caso nao haja coerência é melhor que a regra nem seja transmitida..... seria uma super demagogia.... e um desprezo à percepçao super afinada de nossas crianças. 
   Acho que para uma mensagem ser bem sucedida é necessário que seja objetiva, clara e coerente com as açoes daquele que a profere. Para que isso ocorra, precisamos estar seguros e firmes nos nossos valores de modo que a açao e a fala estejam coerentes. E é aí que entra o meu dilema.... nao sei quanto à vocês, mas a maternidade me traz todos os dias questoes e revisoes sobre os meus valores. Nao há um dia que passe sem que eu reflita sobre coisas que eram tao fundamentais para mim antes da maternidade e que agora eu me questiono o quanto elas sao ou nao  importantes. 
Será que eu quero que meus filhos sejam iguais a mim? se nao, terei de mudar em mim aquilo que nao quero que eles sejam..... Ser coerente com aquilo que pregamos nao é tao fácil quanto parece!

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